O homem tem algum tipo de participação na própria salvação ou a predestinação é que faz esta escolha?

Temos o livre arbítrio ou fomos já programados para amar ou odiar?Teria Cristo morrido somente para um grupo seleto de "predestinados" não dando a possibilidade para mais ninguém crer nele, ou Ele deu esta possibilidade para todos que ouvissem a Sua mensagem?Considere o que o próprio Deus disse: "Desejaria eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? diz o Senhor DEUS; Não desejo antes que todos se convertam dos seus caminhos, e vivam?" (Ezequiel 18:23)

Há incontáveis ensinamentos nas Escrituras que mostram a participação do homem como condição para uma comunhão com o SENHOR. E no Novo Testamento, quando Cristo ensinava sobre a questão do casamento, Ele deixou um ensinamento importante na perspectiva de condições humanas para se herdar o reino. Disse Jesus: "Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos, por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o." (Mateus 19:12)


As condições impostas aos homens

"Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda" (João 15:1,2). É incontestável a participação do homem na condição de permanecer em Cristo. Se nós aceitamos as condições dele, produziremos bons frutos, e ele nos purificará, MAS, se estando nele (crendo), não produzirmos nada, nenhum fruto do caráter de Cristo, certamente seremos cortados.

"Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado; permanecei em mim(condição), e eu permanecerei em vós(resultado). Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se(novamente condição) não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim" (João 15:3,4). Deus não desperdiça palavras, se Ele não cansou de dar avisos quanto à nossa conduta, por que perderia este tempo se já tivesse simplesmente programado todos os que já nasceriam salvos e os que já nasceriam condenados?

Deixar de anunciar o evangelho é a principal consequência da ideia de predestinação universal, pois, se então vemos alguém que não crê em Cristo, simplesmente poderemos aceitar que este não é um "predestinado" e não temos nenhuma responsabilidade nem culpa nisso. Porém, não é isto que aprendemos das Escrituras.

E, quando Silas e Timóteo desceram da Macedônia, foi Paulo impulsionado no espírito, testificando aos judeus que Jesus era o Cristo. Mas, resistindo e blasfemando eles, sacudiu as vestes, e disse-lhes: "O vosso sangue seja sobre a vossa cabeça; eu estou limpo, e desde agora parto para os gentios" (Atos 18:6).

Certamente homens foram escolhidos por Deus para cumprirem seu propósito aqui na terra - vide João batista e tantos outros - e hoje, temos o benefício de colher os frutos destes, ou de qualquer outro que o Senhor chamar - Deus o sabe - porém, não temos o direito de limitar a graça de Cristo, porque Deus amou o mundo (não somente o "mundo dos predestinados" como afirma aquele pregador), e se não tivesse amado a todos, talvez nós mesmos jamais teríamos a chance de conhecer este amor. Deus amou o mundo e Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.

O mundo nos oferece o caminho largo que nos leva à perdição, porém Cristo ofereceu o caminho estreito que leva à vida, contudo, devemos escolher entre o que nos agrada e o que agrada ao Senhor. O fato de Deus já conhecer o futuro, não tira a nossa responsabilidade nesta escolha - a onisciência dele não anula o nosso livre arbítrio - Os desígnios de Deus não são limitados à mente humana, e quando não respeitamos isto, tropeçamos em nossos próprios raciocínios.

Asafe, o salmista, quase caiu neste engano: "Pois de contínuo sou afligido e cada manhã, castigado. Se eu pensara em falar tais palavras, já aí teria traído a geração de teus filhos. Em só refletir para compreender isso, achei mui pesada tarefa para mim" (Salmo 73:14-16).

"O profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Porque quem compreendeu a mente do Senhor? ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém." (Romanos 11:33-36)

Estes grandes sábios, teólogos, doutores em hermenêuticas, homiléticas e das ciências etimológicas, que insinuam revelar a mente de Deus, deveriam ouvir o que o próprio SENHOR falou para aquele que Ele mesmo declarou como um justo no meio dos homens:

"Depois disto o SENHOR respondeu a Jó de um redemoinho, dizendo: Quem é este que escurece os meus desígnios com palavras sem conhecimento? Agora cinge os teus lombos, como homem; e perguntar-te-ei, e tu me responderás. Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? Faze-mo saber, se tens entendimento." (Jó 38:1-4)

Vamos cumprir a Palavra e aceitar todas as coisas que nos foram entregues, para o nosso próprio bem.

"Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue, e como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!" (Romanos 10:14-15)
[Salmo e cântico para o músico-mor, sobre Neginote] Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe; e faça resplandecer o seu rosto sobre nós (Selá.)

Para que se conheça na terra o teu caminho, e entre todas as nações a tua salvação.

Louvem-te a ti, ó Deus, os povos; louvem-te os povos todos.

Alegrem-se e regozijem-se as nações, pois julgarás os povos com eqüidade, e governarás as nações sobre a terra. (Selá.)

Louvem-te a ti, ó Deus, os povos; louvem-te os povos todos.

Então a terra dará o seu fruto; e Deus, o nosso Deus, nos abençoará.

Deus nos abençoará, e todas as extremidades da terra o temerão.



A verdadeira força sobre a terra

A distância do que nos exorta o Salmo 67 (acima) da realidade do mundo sob o pecado não deve nos desanimar a buscar o Senhor e a transmitir seu Evangelho. Pois é natural que diante de tanta zombaria, indiferença e negação da Palavra de Deus, acabemos também os cristãos indiferentes ao sofrimento alheio.

Deus porém nos manda amar sem buscar recompensas pessoais. Amar gratuitamente, da mesma forma com que Ele nos amou enviando seu filho para sofrer em nosso lugar. Devemos portanto amar porque Ele nos amou primeiro.

Num ambiente hostil à mensagem da Cruz em que os filhos de Deus são ridicularizados ou num mundo religioso confuso e cheio de doutrinas tortas, precisamos, ao contrário de desanimar, renovar a cada dia nosso ímpeto evangelizador e revelar às pessoas circundantes o poder da Palavra de Deus desde que mantida e transmitida em sua absoluta pureza.

Vivemos num ambiente incrédulo, idólatra ou com doutrinas erradas. Pois este ambiente não pode nos enfraquecer. Nós é que precisamos enfraquecê-lo. Temos Jesus e o Espírito Santo ao nosso lado. Por que então recuar?