Precisamos ser felizes?

"Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, porque naquela está o fim de todos os homens, e os vivos o aplicam ao seu coração. Melhor é a mágoa do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração. O coração dos sábios está na casa do luto, mas o coração dos tolos na casa da alegria. Melhor é ouvir a repreensão do sábio, do que ouvir alguém a canção do tolo." Eclesiastes 7:2-5
 
Talvez em nenhuma outra época a felicidade esteja sendo tão buscada pelas pessoas. O "direito a ser feliz" está nas ruas, nas propagandas, nas bancas de jornais, nos templos, em centenas de publicações de auto-ajuda. Mas uma pergunta se impõe diante de cristãos e não cristãos: por que, afinal, precisamos ser felizes?

Jesus Cristo nunca abordou diretamente a felicidade, no sentido de dizer aos que o ouviram que eles deveriam buscá-la e que eles mereciam tê-la.

Jesus falou em sermos "bem-aventurados" no contexto do Sermão do Monte mas o fez falando para uma multidão que julgou dura a sua mensagem. Estaria ela disposta ao sacrifício de trazer para a vida terrena as condições do Reino do Pai? Em outras palavras, a "felicidade" que Jesus recomendava não tinha e continua não tendo nada a ver com os conceitos que dela conhecemos e fazemos uso.

Em primeiro lugar é preciso dizer: nenhuma felicidade pode ser maior que a alegria reverente pelo sacrifício de Jesus na Cruz. Este é o supremo fato a nos encorajar e a nos alegrar. Tudo o mais é menor e não deve ter mais importância que aquilo que nos permite subir aos céus.

Em segundo lugar, ao cristão não está prometida nenhuma felicidade exceto a que provém da Cruz. Ao contrário: Jesus nos convida à santificação e isso significa negar a si mesmo, tomar a cruz e segui-lo. Não há mensagem mais conflitante com os padrões de felicidade do que esta. O mundo, ou o homem natural, jamais entenderá que, para ser feliz é preciso fazer e buscar o absoluto contrário do que fazemos para obter a felicidade.

Pois o que Cristo nos diz é isso: para sermos espiritualmente felizes, precisamos rejeitar os bens e desejos que são alvo da cobiça humana em busca da satisfação pessoal. Precisamos viver de acordo com os preceitos do reino do Pai e isso será visto como infelicidade para o mundo em pecado.

Precisamos refletir em nossos desejos e verificar se não estamos fazendo deles um meio de buscar a felicidade terrena, falsa e enganosa. É melhor abdicar de todos os sonhos de consumo e tentar compreender o que Deus quer de nós. Segui-lo significará um bem-estar infinitamente superior a qualquer sensação de felicidade que possa advir de desejos cumpridos e objetos comprados.

Afinal, precisamos ser felizes ou precisamos, simplesmente, obedecer ao  Deus da Bíblia?