Apóstolo Paulo x Pastores do século XXI

"E eu, irmãos, quando cheguei a vós para vos anunciar o mistério de Deus, não foi com o prestígio da eloquência ou da sabedoria. Pois resolvi nada saber entre vós a não ser Jesus Cristo, e este crucificado. Além disso apresentei-me a vós cheio de fraqueza, temor e tremor, minha palavra e minha pregação não consistiam na persuasão do discurso da sabedoria humana, mas na manifestação e no poder do Espírito para que a vossa fé não se apoiasse na sabedoria humana, mas sim no poder de Deus" (1 Coríntios 2: 1-5)


A distância no tempo entre o apóstolo Paulo e nós, neste início do século 21, talvez seja proporcionalmente a mesma entre a maneira de pregar do escritor das epístolas do NT e os atuais autodenominados pastores, bispos e apóstolos que lideram centenas de Igrejas mundo afora sempre de forma a exaltar suas qualidades exortativas em detrimento da Palavra de Deus e sua força transformadora.

Enquanto Paulo pregava "limitando-se" ao Cristo crucificado, os pregadores de hoje moldam seu discurso no apego carnal à riqueza e ao desejo de prosperidade, tornando a mensagem da Cruz um detalhe muitas vezes esquecido durante cultos inteiros e agora transmitidos pela TV.

Há um modelo de liderança pastoral hoje muito copiado tanto nas igrejas católicas quanto nas evangélicas. E esse modelo é o oposto do modelo paulino. Enquanto padres, pastores e bispos tomam eles mesmo o lugar de Cristo como padrão a ser imitado, Paulo agia "cheio de fraqueza", sentindo-se "devedor" tanto a gregos como a bárbaros. Ao invés da humildade de Paulo, a soberba dos "teleevangelistas".

Daí o perigo de congregar numa Igreja em que a mensagem da Cruz é constantemente esvaziada, não apenas pelo carisma sedutor de seus líderes, quanto pelo discurso focado na prosperidade e na obtenção de conforto, bens materiais e sucesso profissional. Se Deus não quer que passemos necessidade em nossas vidas, também é  verdade que Ele não morreu na cruz para nos prover de glórias, dinheiro e tudo aquilo que responde às demandas da vaidade humana.

Quanta diferença entre o espírito contrito de Paulo e a carnalidade dos pregadores destes séculos. Vamos analisar bem quem são os líderes das Igrejas, quais seus objetivos e de que forma eles tratam as Escrituras. Se apenas como uma "escada" para a auto exaltação e distribuição de curas e milagres ou como a Verdade revelada a ser obedecida pelos cristãos. Vamos reler os versículos acima com atenção para podermos tê-los como o nosso principal parâmetro na importante escolha de uma congregação.